CAMPO GRANDE/MS - O grupo de jornalistas europeus, que passou quatro dias no Mato Grosso do Sul (de 05 a 08 de maio), já retornou aos seus países levando informações e impressões que podem reverter, em parte, a imagem deturpada, sobretudo da pecuária brasileira no velho continente. Na última etapa da visita, os jornalistas – originários da França, Inglaterra e Irlanda - passaram por Miranda e Aquidauana e visitaram as fazendas conjugadas Cacimba de Pedra-Reino Selvagem, onde puderam constatar o processo de diversificação produtiva que está sendo aplicado nas propriedades sul-mato-grossenses.
Os jornalistas Luc Vernet (Europolitics), Lionel Changeur (Agence Europe), Andrew Buglass (The Scotsman), Robert Metcalfe (Richmond Towers) e Sean MacConnell (The Irish Times) mantiveram contato direto com a administração da propriedade. Com isso, puderam conferir, simultaneamente, as atividades de pecuária bovina (duas mil cabeças), Turismo rural (pousada com 12 apartamentos, parque aquático, restaurante, receptivo, etc.), criação de Jacaré-do-Pantanal Precoce (12 mil cabeças – comércio de carne e couro) e atividade eco científica e cultural, através no Núcleo de Cultura Rural Pantaneiro, implantado no final do ano passado.
Além da diversificação de atividades na propriedade o que mais chamou a atenção dos jornalistas foi o processo utilizado para a criação sustentável do Jacaré-do-Pantanal e o grau de desenvolvimento genético atingido, que permite o abate do animal a partir de 12 meses de idade. A Cacimba de Pedra-Reino Selvagem é a única unidade rural no mundo que hoje cria Jacaré-do-Pantanal Precoce.
Durante a visita ao Centro de Reprodução de Jacarés da Cacimba de Pedra-Reino Selvagem, os jornalistas fotografaram os machos e fêmeas matrizes e foram unânimes em comentar que apenas tinham visto animais como aqueles “pelo cinema e pela televisão”.
Na visita ao “berçário” e células de recria – onde ficam as 12 mil cabeças em cultivo – os jornalistas puderam segurar filhotes com uma semana de idade e até jacarés com idade e peso próximos para abate. Também ficaram surpresos com a informação de que se aproveita toda a carne do jacaré precoce e não apenas a carne da cauda.
É utilizado gastronomicamente praticamente tudo do animal (exceto couro e cabeça): as patas, coxas e sobrecoxas são utilizadas em ensopados e frituras. Das partes dorsal e ventral são retirados dois filés. A “barrigada” é utilizada para fazer “iscas de jacarés”, tradicional tira-gosto na fazenda. “Além dos grandes filés da cauda outro, menor, também é retirado do pescoço do animal”, avisa Gerson Zahdi, proprietário da fazenda.
Tudo isso foi conferido durante almoço. Os jornalistas provaram quatro tipos diferentes de pratos à base de carne de jacaré: o jacaré frito (aperitivo), o jacaré grelhado, o jacaré ao molho de laranja com rúcula e o jacaré ao molho de ervas, preparado na hora por Zahdi.
Durante a visita ao Mato Grosso do Sul, o jornalista irlandês Sean MacConnell (The Irish Times) confessou que seu país terá de rever os conceitos sobre a pecuária e o agronegócio brasileiros. No ano passado, dois jornalistas da Irlanda teriam visitado a fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai e relatado a parlamentares europeus sobre deficiências sanitárias e de rastreabilidade da pecuária brasileira.
A visita dos jornalistas europeus ao Mato Grosso do Sul fez parte do Projeto Imagem, uma ação do Conselho Extraordinário de Relações Nacionais e Internacionais (Conex/MS) junto com a Secretaria de Produção e Turismo (Seprotur/MS). Os profissionais da imprensa européia foram acompanhados também por técnicos da ABIEC – Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne.
Ariosto Mesquita Duarte
Jornalista, Pós-graduado em Marketing e Mestre em Produção e Gestão Agroindustrial
DRT/MG 3474
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(67) 9906-1859
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