NAVEGANTE DO XARAÉS
(Poesia Pantaneira) - Chamamé
Sou Pantaneiro, violeiro e payador,
Letrado nas dez cordas, sou poeta cantador,
Meu sangue traz o vemelho da terra, na péle o moreno do sol,
Sou Bugre da fronteira, na bruaca “traigo caña”, na guaiaca chamame (sem o acento).
Nascido na beira da aguada, criado de sol a sol,
Fui meieiro, culatreiro fui ponteiro fui peão,
Laçador de marruá, de cima desse baguá, contemplo meu chão.
Se topo com um desafio, não temo e luto, qual dourado no anzol.
Sou índio curandeiro, cururueiro trovador,
Tocador de boiada, “che ha`e toro pochy, akakuâa mba`apo pojhýipe”
Visionário Guarany, cavaleiro, canoeiro e domador.
Sigo navegante dessas terras, no mar desse sertão.
Trovador das enrramadas, poeta da madrugada, sou ator.
A comitiva é minha família e eu sou meu capitão.
Debaixo do cambará, com meu chapéu carandá, minha cama é esse chão,
Nem a cheia nem o frio, nem a onça no cil, me impedem por onde eu for.
Sou da terra alagada, onde cantam os aranquãs,
Onde pasta o campeiro, caça a pintada, jacarés e taxãs.
Na manhã o trinca-ferro faz compasso e na mata o estardalhaço do bugiu
Onde a garça faz seu ninho, meio ao brejo e o espinho donde o peixe já fugiu.
Parto rimando essa quadra, matula do coração,
Ponteando essas cordas da Turina ao Bordão,
Sigo Rio-Abaixo, Rio-Acima em busca de “una china, mitãkuña”
Uma mestiça da terra, uma índia féra anhanguera, “la guaina porã”.
Poeta: Seu Antonio
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2 comentários:
Lindo poema.
Eu apesar de ter criado a id visual da Fazenda Baia Grande não a conheço.
Beijao
Nanda, muito obrigado pela visita em nosso blog e pelo depoimento. Volte sempre!
Saudações Pantaneiras!
Coró-Coró
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